Nascemos, recebemos o conceito distorcido e básico sobre o que é realidade, a falta de informação e interpretação do meio que interagimos traz instantaneamente a conformidade, existe apenas o que nos foi apresentado, provamos isso vendo, tocando, sentindo, etc. isso para nós é o real.
Com o começo dos questionamentos mais abstratos em relação a quem ou o que está por trás de tudo surge uma porta, um novo meio de encarar os fatos, não aceitando qualquer produto moldado entregue em nossas mãos, estereótipos incalculáveis a primeira vista. Há a troca de mundos, tudo o que antes era normal, bonito, prazeroso se torna banal, necessita-se de uma nova realidade.
A séculos o avanço na área industrial e tecnológica vem trazendo produtos rapidamente encaixados numa linha de montagem desequilibrada e prejudicial, para todos os que participam do ciclo, nós nos bastidores dessa realidade, vemos o “real” e sua sombra, nada inimaginável, uma semente escondida em nossas casas, cujo o objetivo é criar suas raízes, solidificar e se tornar uma camada espessa que tranca a visão. Nunca fizemos nosso “dever de casa”, as teorias são palavras que não saem do papel, o mundo reverso da falsa realidade emerge a cada dia, sem que influentes de mentes abertas tomem partido e tentem frear o processo, obvio, nesse meio não se torna nenhum pouco viável quebras, os desperdícios seriam monstruosas com seres pensantes. O fluxo tem como leis a distribuição “democrática”do prazer, para que todas as classes possam se ludibriar com seus respectivos materiais, e a criação da massa consumista, que pensa no agora. Tudo tão bem feito que não há meios de se libertar por completo dessa nova realidade. É como crer em algo durante anos, dormir, abrir os olhos e se deparar com o vazio, ver que tudo aquilo que existia não estivesse mais ali. Experiências demonstram que a média vem diminuindo em relação aos que crêem e principalmente, sentem essa presença múltipla de realidades que vem englobando cada vez mais os que se dizem invulneráveis. Mentes revolucionárias se criam em junto a toda essa hipocrisia, são pequenas, incríveis, mas em pequena proporção, não conseguem ofuscar o brilho dos grandes astros políticos e econômicos que regem o sistema podre. Para que não fique descaradamente prejudicial, é oferecido prazeres a curto prazo, persuasivos meios de entreter; ou longo prazo, mas esses tem um preço caro, exigindo quantidade de energias superiores para se atingir o objetivo, são cartas marcadas, forças atrás de forças, uma hierarquia que foge da compreensão popular.
Justamente no ápice dessa hierarquia se encontram os que brigam pela manutenção da falsa realidade, estes possuem gostos e influencias de uma realidade própria, logo pode se ter 3 realidades:
- Realidade verdadeira, dificilmente alcançável, que está a espera do entendimento e enquadramento das massas;
- Realidade falsa, onde a grande maioria se está, onde se encontram meios infinitos de alienação;
Realidade influente, que dita e controla a movimentação entre as duas anteriores, acelerando ou retardando o tempo, para que não ocorram falhas.
Essas realidades em níveis extremos adquirem caráter sobrenatural, ou se aproximam dele, são fortes personalidades que ou serão relevantes ou não serão nada, as duas primeiras se encostam, possuem relações interpessoais de aceitação e conformismo, se exaltando a medida que se aproxima do segundo nível, porem poucos são os designados à realidade influente, poucos se sacrificam para conseguir, ou são qualificados o suficiente para entrar no padrão.
São ligações por partes inversas que lutam por sua ideologia primitiva respectivamente. A saída da inércia acarreta sempre na quebra do real, ocasionando admiração por bens, seja este material ou abstrato. O tempo como citado, não é o mesmo nessas “dimensões” de estados, são relativos dentro de suas atividades internas, destacam-se as contrárias convicções e crenças, são inúmeros motivos sociais e históricos que geram divergências em ideologia, caráter e religião. A realidade falsa necessita de um apoio maior para que possa depositar suas inseguranças, ela é frágil e exposta a opiniões, não necessariamente falsas. O ponto principal é que pela falta de discernimento, idéias pobres e não bem formuladas são facilmente absorvidas nesta, pois não há verdadeiramente o senso de analises complexas.
Ambas as realidades são tão inconstantes quanto o tempo, mas se diferem em serem mutáveis, ‘’adaptáveis’’, de acordo com a evolução dos gostos e desejos envolvidos, juntamente com a dependência das outras, enquanto o tempo, sólido, corre numa velocidade relativa, possivelmente controlável, mas imutável em suas leis principais. Os dois desempenham papeis paralelos, porem se ligam e se relacionam em partes, unem-se através da existência integral e tornam-se proporcionais em seus valores.