terça-feira, 14 de agosto de 2012


Apressado céu, vazio e transparente
Fazendo-se inocente
Carregando alarmado
Meu reflexo embaçado num espelho de algodão
Tirando em vermelho
Bocejando desde cedo seu dia que começou
Clareia logo sonho turvo
Acendendo as cidades recobertas de incerteza
Deixando em pé cabelos e medos
Pessoas, arvoredos
Solitários viciados
Amores abandonados
Quisera decidir-se entre a mostra e o silencio
Debandar-se na sorrateira correria
Não se lembrar dos filhos da alegria
Dormir e achar num recanto o sossego para seus raios
Deleito em outro lado
Alguma face incendiar com toda luz
Para mentir que se apagou
Até o mar irá se orgulhar
De conhecer seu companheiro dia
Forasteiro da humildade
Pede em troca vista limpa
Resplandecer fitando o ar, mergulhar
Provocar suspiros e mãos entrelaçadas aos viajantes das estradas
Persuadir plantando esperança em nossas mentes de criança
Sendo além do que mais ser, dia em que todo giro de ontem no presente, mente
Mas transcende sempre o que pudemos esperar.

     Metáforas me faltam, mas não deixo de admirá-las de todo meu espírito, talvez esteja me tornando mais exato ou ocupando meu ócio com coisas que não me favorecem de verdade.
     Os livros dos meus fantasmas ficaram distantes, já imaginava que pouco me restaria respirando ares novos que não fossem os próprios pertencentes. Restos de futuro ainda vivem, velha esperança por atritos que venha edificar discernimentos estão ficando fortes, ainda sou eu, consigo ver um circulo incompleto com paradigmas que não quero, isso me deixa feliz em meio as circunstancias diárias.
     Queimo essências, mas não prevaleço por certezas, dias independentes que não se ligam. Dias que não transcendem horas só, se o corpo está leve, que me leve para o vazio, lá sempre terá mais coisas que o plano comum.

Andante




Senhor, posso entrar?
Juro que não sou nada
Nem ladrão nem magnata
Sou andante das estradas
Humilde sonhador, aqui sou eu.
Senhor, o que acha?
Toco em troca de comida
Depois sigo meu caminho
Curando a ferida
Do que me aconteceu.

Senhor, não tenha medo
Sou o filho do sossego
Não peço nada nem apego
Vou-me embora amanhã cedo
Sem rumo para esse mundo meu.



Não diferencio a brincadeira de ser as vezes o que me tornei,
Se o tempo não existe em mim claro que não haverá compreensão.
Fácil é doença.
Fácil não ter crença.
Não há remédio para inércia,
Não vêem o real, sou genérico, fechado, apóio-me no que já sei.
Dimensão pra nascer.
Critério social, absorver, julgar, achar seu certo, condenar. 

quarta-feira, 30 de maio de 2012


Loucura vai além dessa compreensão.
todos adoecem por sabedoria, gostos, raízes.
se o jogo é esse, pra que tanta farsa, escultura, máscara,
não acaba nem começa, não estraga!.
Desça do céu dos sonhos para acordar para a nova vida,
voar sem brisa pela cidade,
ser o planeta mais próximo do sol.

Seus problemas não valem a decepção.

Cantarolando pedidos alheios, 
escutando o único peito, 
podemos ir mais longe, 
mesmo não absorvendo velhas coisas, 
colocando-as em primeiro plano, 
não precisamos nos apoiar naquilo que acabara de nascer.

Perigoso é o amor, roubado por dias
Levado até o fim nas marcas do tempo
Como num sopro do ciclo pendente
Acaba e começa tão de repente
Deixando aflito e perdido, o peito, a mente
Perigoso é o amor, guardado por anos
Que carrega gestos e gostos,
Mesmo de longe mostrando o rosto
Daquele que escolheu por mais do que tudo
Criar outro mundo que não fosse só seu.


Nesse frio de janeiro as luas passam como faróis,
refletindo a dor, seguindo a vida nesse lugar
que existe fora do que temos,
de todos irão saber a alma e a sagacidade dessa cidade deserta,
arvores, cobrem-se de folhas verdes e amarelas.

Ela está chegando.

Chegara mesmo com luzes apagadas,
esvaziando a mão escamada sem valor,

Não tendo anos, como sobreviverá o artista, escultor, dançarino?

Venha nos buscar com o vento, sem cabeça ou alento,
acabe com a espera de um aglomerado que avança para o abismo da loucura,
numa doença sem cura, nascer no calor eterno.

Fosse isso um norte... mas o guerreiro é forte
cidadão sem cidade, morador sem oração,
pobre de coração grande, astro.


Vejo de tão longe
O hipnotizante céu da rua
Fria, dura com seu anel emprestado
Gotejando lagrimas
Sob cílios dourados
Maquinas de barulho que vão e voltam na periferia harmônica,
Horrível conjunto de matéria e além 


Não procure o "por que" das coisas, seja feliz sem ele, pois o próprio "por que" é triste, nunca quis viver e nem sabe o por que.

quarta-feira, 16 de maio de 2012


Venha sobre as ondas desse rio,
venha e não venha,
não espero com calma,
nem desejo de toda alma,
que por delírios enxergue junto,
campos espaçosos.
Que  minhas visões,
tornem-se o que admiro em minha frente,
terminar o que comecei sem me acabar antes,
ter o tempo necessário para ir alem.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

períodos


Descontrola-se o inevitável, que é capaz de guiar todos os organismos existentes. 

O inverno passa pelas mãos e o frio se torna mais rígido a cada ano.

Quintais brancos onde enterraram anos de idéias incríveis. 

Ninguém consegue acreditar em seus argumentos falhos e sem fundamentos, contradiz-se, mas encontra ao fim grande parte de suas suposições. 
    Ter tudo e crer no contrario, livros jogados, historias que poderiam se repetir. As coisas não estão certas, significados em seus primórdios não me desmentem. O silencio vira uma musica linda que encaixa perfeitamente no que não quero pensar. São coisas antigas, não literais, almas que vagam, são comuns onde existe vazio, e é isso que existe. Ele engole o mundo, trás novas teorias, em poucas horas escorre entre os lábios, faz-se chover para sempre. Gotas de vazio. 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Trecho do poema Eu Voltarei (Cora Coralina)


Eu voltarei…
A pedra do meu túmulo
será enfeitada de espigas de trigo
e cereais quebrados
minha oferta póstuma às formigas
que têm suas casinhas subterra
e aos pássaros cantores
que têm seus ninhos nas altas e floridas
frondes.
Eu voltarei…
(Cora Coralina)

terça-feira, 1 de maio de 2012


Superproteção sufoca, gera mundo próprio onde são depositados tudo aquilo que não se vivencia, máscaras de um egoísmo externo. Brincar com o perigo, desejá-lo, elementar e característico a quem é privado de sua personalidade, reprimido e talvez castigado por tal. 

Andarilha sem rumo, família e vida
Esquenta o frio como seu filho
Com seu vestido de folhas caídas
Vaga sozinha, veneno esquecido

Estimava ter orgulho nos lábios
Sustentou-o até onde pode
Imaginava que um dia seria
A solidão da avenida vazia

Apóia-se no céu, já que a terra secou
Figuras mudam, tudo se encaixa
Num ritmo certo que não representa
Seu corpo resiste a uma alma que voa

sexta-feira, 27 de abril de 2012


Alimente a loucura com todo seu desencanto, mas não faça com que adoeçam e percam a calma acumulada durante anos de felicidade.
Jogue suas facas e cartas em torno do corpo que dorme em silencio, perdido numa imensidão de pensamentos, respirando fumaça e bebendo juventude.
 Depois de tudo,
do peso dos anos, dos fios brancos,
das árvores velhas,
morrerá realmente aquele que não olhou para trás,
o que preferiu não sentir,
nem buscou tudo o que haviam dito,
 nem voltou-se para o que o validava naturalmente.
Enfim, alem de oceanos que surgem em nossas cabeças, voar sobre o mundo e encontrar...
Desapontar-se e desapontar. Desencantar.
Nada mais que chances dentro das leis mais óbvias.
O errado jamais parecerá o certo, porém o certo fica distante de ser o certo, "que o faz bem". Sem equívocos, linhas distorcidas e hipocrisia, a felicidade intrínseca não necessita de longo prazo para ser encontrada ou de padrões de vivencia, ela está em nós. Damos as costas. Já está programado, ter e mais ter, essa é a base atual que dá alicerce a felicidade que virá. Falsas interpretações para realidades diferentes, indiscutível.  
Enganar-se ao estar bem com o mínimo de abstração e ainda arraigar a miséria colocando um valor inexistente a ela.
 Foi nos passado através de ondas invisíveis que o diferente é o resultado de certas alterações, independentes das quais... Estereótipos. Centrais que possuem informações, mas que não fazem a mínima questão de que outros saibam ou ao menos indaguem.
Logo, conformismo, prisão dos desejos inconscientes, vidas incontroláveis e extremistas.
Isso é apenas o começo.

segunda-feira, 23 de abril de 2012


Substituir o gosto da cor sem poder ver o gesto
Envolver por cordas e prender pela falta de afeto
Sentir aquela velha insegurança, contar dias em vão
E o desejo que ia alem, hoje resta. Passou
Ele já tem. Já foi o que se pediu, tanto que virou vazio
Impulso para ler e acreditar, fazer e transformar
O futuro tem de filho o errado, confuso, desesperado
Sem saber se é de quem, do que.
Empecilhos atuais são incrivelmente menores que os antigos,  porém ainda carrego um medo pressuposto em minhas atitudes. Minhas idéias não são capazes de passar o certo, mesmo sendo sinceras, elas deixam lacunas dentro do meu próprio ponto de vista.

Então chega mais uma vez, forte, uma pedra louca pulando e sendo feliz dentro das possibilidades. Eu que já fui deixado de lado, agora me encontro cara a cara com olhos diferentes, são vários e incomuns, melhores, mas nem isso me tira da inércia confusa, tudo deixa de existir por pouco tempo e dão espaço para mim, minhas tempestades com porcentagem de lucidez cautelosa. 

segunda-feira, 9 de abril de 2012


     Inevitavelmente fico confuso com a rapidez dos fatos, cubro-me de atitudes para não absorver tudo que cerca o peito da vida. Tudo questão de sorte, ou talvez quase isso, não estamos preparados para o dia que surge, nem mesmo para o que ele acumula em seus desejos e acontecimentos. A qualquer hora o nada pode acontecer, o nada nos rodeia. Interiormente o infinito comanda cada gesto, logo, temos e não temos amor, preocupações se firmam no vazio e o fogo ainda aceso leva planos de uma data que estaria por vir. Até o justo é relativo e distorcido, a culpa... obviamente do invisível.

E nesse vou de todo jeito, sorriso, defeito,
de novo, com rosto coberto, sentindo o inverso do que conheci,
não quero alem do que decidi,
um copo repleto de horror sem afeto,
sair do vulgar, achar-me sem ar perto de quem posso estar,
igual será o fim do que quis pra mim,
desaguar no frio de um oceano,
esbanjando espanto por algo que não cresceu,
dentro do corpo... físico é pouco,
mas quem vê assim já não precisa saber,
 sair explodir, desejar o ninguém,
ficar e morrer na indiferença das paginas em branco,
é real, mas não se parece com a bala atirada,
esquecida na festa, com roupa rasgada,
arma quebrada, amada, jamais renasceu,
quem lhe fez partir nem apareceu,
deixando esperança, tão pouco foi eu.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O Ébrio


Só nas tabernas é que encontro meu abrigo.
Cada colega de infortúnio é um grande amigo,
Que embora tenham, como eu, seus sofrimentos,
Me aconselham e aliviam o meu tormento.



O Ébrio (filme)
Vicente Celestino

Não existe amizade, puro exemplo de que foi um passado vazio, que não levaria a lugar nenhum, pois se fosse pra existir ainda existiria, não teria acabado como fogo rápido que se dizia forte, efêmero é. Que se siga indiscutivelmente o costume dos superficiais, que não se mantêm firmes em suas juras, que em momentos ébrios não sejam jogados no lixo partes importantes de um tempo bom.

     Tudo o que o ser desejou para si mesmo é seguir a carne, transcendendo o que lhe foi permitido. Nem mesmo ele sabe como está aqui, atribui obviamente a um poder envolvente do bem, como se o que desejasse ao próximo voltasse em forma de retribuição do destino, vida.
     Seus ensinamentos através de palavras não são os melhores, mas observar suas atitudes e caráter é a melhor forma de aprender, são jeitos diferentes e interessantes de interpretar. A bondade está contida em sua essência, mas os impulsos primitivos tentam cobrir uma personalidade infantil. Sutilmente transparece toda a vivencia, todos os fatos que ajudaram construir aquilo que é.
      O começo foi ótimo, como deve ser, os anos trouxeram amizades vantajosas que impulsionaram sua personalidade abstrata, talvez natural, mas que de tão ambígua e harmoniosa, torna-se uma boa combinação. O processo retrógrado em que veio se apoiar juntamente com a experiência de mundo mostrou um caminho novo, desistente. Poderia ser diferente, mas as coisas têm respostas fáceis criadas na hora, montadas, buscadas, justificativas de uma lacuna.
       É cansativo correr atrás do se possui em mãos  e não é lucrativo se jogar num caminho diferente quando se tem um passado seguro, oferecedor de prazeres. Seu molde está pronto, logo seu instinto natural o obrigará voltar para o que julga mais viável, escolhas são comuns, sempre feitas de forma errada, em sua maioria irreversíveis. Para o consciente, sempre corretas. 

quarta-feira, 4 de abril de 2012


Desça do céu dos sonhos para acordar para a nova vida,
voar sem brisa pela cidade,
ser o planeta mais próximo do sol.
Seus problemas não valem a decepção
Eu fui você,
quando voce mais queria,
Você foi eu  enquanto podia
Não me solte dos seus pensamentos nem siga na rua da miséria,
A loucura vai além dessa compreensão.
Todos adoecem por sabedoria,
Se o jogo é esse, pra que tanta farsa, escultura,
Não acaba nem começa, não estraga,

sexta-feira, 30 de março de 2012


     É claro que é tudo forçado, arrependimentos pelas coisas que teoricamente se “perderam” não existem, mas o que foi jogado fora pesa em mim, todo o apego, palavras sinceras, risos, ainda estão comigo, como se eu estivesse pronto, esperando que algo mude, mas não tem volta. Equilíbrio que por equivoco se transformou na quebra do real. Poderia ser diferente e haver a conciliação entre vários lados de uma mesma relação. Esse monstro que foi criado é o símbolo do medo, imagem avançada que não condiz com o que realmente se esperava.
     Ao contrario do estereotipo falso, achei os fatos incríveis, via alegria intensa e por isso conseguia senti-la, como se fosse um pedaço que me fizesse bem, já que me fazia a anos.
     Não sei onde chegamos nem por que, mas sei que aconteceu um grande erro. Agora como desconhecidos, desejo o melhor, sempre. 

quarta-feira, 28 de março de 2012


    Não se preocupe seu filho é forte, das suas mãos saem fogo e da sua  cabeça ventos que movem moinhos, ele só quer ter o olhar cético e ver o sol nascer, criticar a vida clichê, explodir como os astros tentando ser mais um. 




Continuarei sem falar o pouco que sei. Certos momentos de nada vale o conhecimento, ele é visto como um monstro hostil, que pode por em risco pontos de vista ou imposições, ferir egos.


Terence McKenna


     Psicodélicos são ilegais não porque um amável governador está preocupado que você possa saltar de uma janela do terceiro andar. Psicodélicos são ilegais porque podem dissolver estruturas de opinião culturalmente estabelecidas, modelos de comportamento e de processamento de informação. Podem abrir possibilidades de que tudo o que você sabe está errado
.


segunda-feira, 26 de março de 2012


A flor da idade murchou,
ficou seca, sem pranto,
sem cheiro ou espanto,
da noite que ela escolheu,
se der sorte tem um tanto,
de dor não se sabe quanto,
verdade amadureceu.

Sutilmente percebo palavras e olhares atravessando meu caminho e me dizendo não prossiga sua noite já está perdida. Nunca me valeu depender da sorte ou dar voltas correndo sem motivo aparente, intriga-me perceber como não podemos projetar nada em relação a ninguém, nossas vidas erradas e errantes não deixam transparecer a fração de um dia todo. Estamos todos parados, vivendo em partes, com inutilidades e auto-preservações. 

sábado, 24 de março de 2012


      Como se uma outra dimensão fosse irreal para qualquer um que nada mais. Nada está provado a esse humano que busca o espírito como algum outro, porem ninguém procura se preparar a receber como morada o espírito divino, mente aberta ao ponto de não se apoiar a algum templo imaginário. Profetiza os quatro ventos como ordenara, contradiz em mil palavras nossa crença, porém habita em nosso ser, diz. Diferente da maior palavra do homem. Direi a esta maneira, permanecerei na esperança, diferente do animal, simples, humilde, eu vejo como um exército numeroso, que irá cumprir a ordem sem questionar, sem a dignidade dos seus próprios atos e conquistas, sem suas próprias vitórias. 

      Espécies humanas descrevem sentimentos abstratos, movimentos que devem ser descritos possivelmente como a massa, já que se tornam como...
      Essas já foram algo diferente, que considerei articuladamente como interessantes a mim. Importaram-me, realmente como parte do meu ser, e se agora se tornam indiferentes, não foi culpa do acaso, foi exclusivamente culpa delas, escolhas que eu não procuro voltar atrás.


quinta-feira, 22 de março de 2012


     Ninguém a ouve mesmo ela tendo muito a falar, seus casos antigos evoluíram, as roupas mudaram, pessoa agora responsável por cada passo, cada copo.
      Lenta é a caminhada já que agora a espera do ser está sem prazo, tecnologias não importam, a referencia  mudou e as chuvas se tornaram inevitáveis, o riso secou e a esperança se esconde atrás das decepções. Há quem diga que a culpa é do social ou que está errado quem não precisa existir, o fato é que quanto mais se corre na direção da compreensão maiores são as perdas, tornando-se uma bola de neve que se deposita no prazer superficial. Assim é levada a flor da idade, preocupante e totalmente instável.

quarta-feira, 21 de março de 2012


Convidado a presenciar diversos lados do mesmo caos, são sempre os mesmos assuntos, mesmas maneiras de ser e encarar delicados paradoxos internos. 

Desaparece agora a essência do convívio, cigarros se acendem para que haja mais tempo, mais vida. Nada como um desejo particular para ressuscitar os antigos fantasmas. Plantar sementes ou se perder está distante do resultado final, talvez o real caminho esteja muito longe do que vemos, a paz foi deixada, logo temos a ilusão da felicidade, detalhes são capazes de apagar dias de incríveis acontecimentos.

O sonho de uma vida, chamado coração dos astros mais altos,
ele diz que podemos ir longe, controlando pedidos alheios,
sem nos apoiarmos no que acaba de nascer,
sem absorver as velhas coisas ou sofrer pelo vazio.

sexta-feira, 9 de março de 2012


Época de negar origens, errar combinações
Implorar pela destruição, como todos os normais
Perder a cabeça, correr na chuva
Surreal a quem dança no ritmo certo
Perfeito para quem procura a boa vontade do que chamamos de destino
Menos uma preocupação. 

quinta-feira, 8 de março de 2012


O astro vaga dentro de si querendo aquilo que pode ter,
é isso, apenas sorte, bondade genérica e muito otimismo,
coruja sem defeitos que vive por viver e realmente se da bem,
a questão se encontra no que não se quer ver,
aquilo que não vai presenciar,
sem o básico da felicidade desgastada,
fazer alguém feliz, este é o ponto de chegada,
para aquele que não pensa que só ele não é nada,
a vida... essa ensina que o costume não se prende,
deixa marcas ou defeitos, no ser que não da respeito,
no externo, nos velhos corpos que se trocam,
por algo que de valor, já que não existe...,
esqueça-se do pudor, compremos corações, mortos, vivos, tanto faz.

Peço novamente o espelho real do drama,
ter mais uma vez a esperança sem trama ou dor do pensamento,
 levar-me pelo alento do segredo,
se da cama tenho medo, só não acordarei cedo
o resto está ai, no ar, no bar e no que não quero falar,
sem me esconder ou ser a coincidência do passado,
tudo que me sai errado e que ainda me apeguei,
continuar por querer flor onde não há chão,
querer compaixão onde não existe irmão,
tentar ser Deus onde não se compra compaixão.
Não levantarei portanto palavras sãs de um copo amargurado.

quinta-feira, 1 de março de 2012

amor


Que o bem não seja o prazer, ato, corpo, rosto, jeito, momento, matéria, nem paixão, que seja o amor incondicional arraigado a alma, que mova o ser, não movido por ele. 

luz


Ri como se fosse a aranha lenta dos sonhos,
 não me pegue, exclamava o garoto indefeso lá de cima da montanha,
 chutando areia e pedra se move com rapidez incomparável,
seu coração canaliza a energia de suas preces,
ele é o futuro de quem nunca foi, ele é o polígono e o fogo,
homem e mulher, luz e vida.


Agora, nem mesmo que a lua se apague,
estrelas se escondam na bruma,
o guerreiro atrasará seus passos e investidas,
longe de tudo que o afasta, rodeado do vazio, só consigo mesmo,
ligado a terra pelo cordão umbilical e ao universo por pilares de luz
já não há mais montanha, ele existe, logo a é.
Que mude aos poucos, com consciência intacta,
não se quer pressa num mundo pesado,
nem fantasmas para o passado.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012


Este é o símbolo de luminosidade e paz, tudo aquilo que procuramos esquecer no fundo de nossas mentes. A liberdade religiosa nos aflige externamente quebrando o pacto natural, santuários particulares são destruídos, dizimados como nossas desculpas, armas automáticas, bombas nucleares voltadas ao nosso próprio ser, e nada mais existe, o sobrenatural que rondava com suas múltiplas formas de interpretação morreu como qualquer outro ser, único e extinto amor das frases mal feitas.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012


As pessoas param, nada distrai o sono dos inimigos, é apenas mais uma noite e menos um dia durante o fim, nós temos nossos deveres, nortes mudam de direção, aprende-se que o que vivemos não é a vida em si, mas o momento,  a vida é engolida, algo irrelevante na carreira do ser.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

felicidade


Livros do mundo todo não são capazes de carregar sentimentos contidos no espírito daquele que alcança a felicidade através de rubricas, tal felicidade é concreta quando absorvida por coisas simples ou pelo fato de sua base não se firmar em nada material, mas o discernimento e aceitação de que apenas sua alma o basta. 

O âmbito interpessoal nunca poderá estar em harmonia sem que ambas as partes não se aprofundem em conhecimento mutuo, a infelicidade sempre reinará com aceitação superficial. O nível deve ser elevado ao máximo para que depois receba o desgaste natural, não começar fervorosa e gradativa com o desgaste acontecendo ao longo do caminho.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

mentiras


    Mantemos uma mentira tão escondida que ela se torna nossas verdades incontestáveis, como um filtro de diferentes ângulos. Podemos vivenciar fatos ocultos sem que eles possam ser vivenciados por raízes, totalmente contraditório e cômico o encontro do próprio ato com a conseqüência. Somos blindados e o meio vulnerável, ilusória criação de apoios vazios como justificativa de nossas próprias mentiras, estas estão firmadas sobre a areia, suas paredes são os ventos e sem percebermos ainda optamos por viver assim, é cômodo, em nossas equivocadas mentes uma fonte onde facilmente podem ser extraídos resultados.
    Ao olharmos para nossas atitudes e ao que esperamos das pessoas, com analise consciente, perceberemos que estamos seguindo o mesmo caminho, o qual condenamos e repudiamos. 

As Aventuras de um Messias Indeciso


E se aparecesse alguém que fosse realmente bom nesse negócio,
que me pudesse ensinar como o meu mundo funciona e como controlálo?
E se pudesse conhecer um ser superadiantado... e se um Sidarta ou
um Jesus chegasse aos nossos dias, com poder sobre as ilusões do
mundo porque conhecia a realidade por trás delas? E se pudesse
conhecê-lo pessoalmente, se ele estivesse pilotando um bimotor e
pousasse na mesma campina em que eu estivesse? O que ele diria,
como seria ele?


Trecho de: Ilusões
As Aventuras de um Messias
Indeciso

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012


É um aviso, ninguém morre, fica para trás, armas não matam, nossas almas nos matam. A implosão de sentimentos move o mundo, carrega o passado e o que ainda acontece. O que está marcado nada mais é que a personificação de nossas mentes, nossos erros, desejos projetados, sólidos.

sábado, 18 de fevereiro de 2012


Justamente na época onde o amor é mais pregado apresenta-se imensa contradição paralela, sentimentos existem por curto período de tempo, o amor nasce em palavras rápidas, sentimentos são teóricos, intensos e passageiros, eles vivenciam, acham incrível, desistem, normal, tudo foi fraco e realmente é.

diariamente


O mundo se preocupa demais com coisas fúteis, coisas que fogem da idade. Crianças se orgulham por atos ridículos, isso não é maturidade, é o principio da alienação. Espelham-se então em figuras vazias, o bem da maioria. Ao sentirem o tempo, ver-se-ão dependentes dessa construção, personalidades fracas, caráter moldado, gostos irracionais. (Não costumo falar diretamente), isso gera um deposito invisível, imagens são transpostas para um corpo contrario, é até cômico ver o que esperam como resultado da absorção desenfreada de materiais básicos com valores “filosóficos”.

Não presenciarei tal mudança


    Espero o recomeço do ciclo hipócrita, das imagens mal expressadas, das frases copiadas, das palavras mal ditas, dos sentidos errôneos, espero que o desencantamento se repita, para que seja dada a ordem linear ao grupo padrão dos que entraram no jogo feliz e superficial, que continuará pra sempre, ou até que o amadurecimento relativo a alma certa nasça juntamente com uma nova semente. 

meio do erro


Esse rosto amargo esconde o pecado
Na penúltima vez enxergava o passado
Os gostos morreram, havia algo de errado
Eu sei, mas nem por isso percebi
Que nunca quis o bem da dor
A distancia da inocência nunca me pesou, só foi só
O que me motivava movia o real
Que por um momento deixou de existir em meio a todo caminho errado
Onde era aceito o negado, um ponto de fuga, que se cria na força de uma imensidão anormal 

Quanto mais regras mais infrações
Na vida...
Braços caídos, corpos, animais
Você desiste?
Seu filho já consegue ver a luz do dia, o outro não.
Passando longe da morte ele, o dia, não vive sem.
Não é como um sonho, eles são reais mesmo no auge,
Querem fogo, carne e nada do que não gostam.
Eles chamam o susto para pagar o encontro da infância,
Nunca tiveram o sentimento de se perder, perder suas cinzas no mar junto com todo seu viver
Está louco por dentro?
Dizem não sem pensar, obvio, pensar é feio
Não era páreo, e nem era tão ruim assim...
Todas as luzes estão aqui, os rostos não.

O mundo nos ‘’mima’’, envolve-nos e principalmente não nos deixa escolhas, ao contrario de tempos antigos onde o nada era tudo e o que bastava, agora temos muito, o que precisamos, o tudo de nós mesmos, não conseguimos desconstruir os ganhos, os merecimentos, aquilo se transforma no que somos. O que não temos nos move, junta-se, vira partes do corpo além de todo o resto, coisas que nos sugam os dias, os momentos sozinhos.

Paralelas, se vêem, admiram-se, não se falam.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012


A evolução consciente me tira o sono, leva-me

Viver para si mesmo, infinita falha na base
Incalculável, indiscutível, imperceptível
Grande problema.

Se o normal regride, um dia não haverá normalidade
Alguém sozinho na grande cidade
Completando o esperado
Contando os fatos no passado
Quem será, ou o que.
Um astronauta, revolucionário, homem sem alma
Um poema abandonado que rouba a calma
Calor com bruma, cabeça fria
Esperando mais um dia
Quem será, ou o que.

''Não é o choque em si que provoca invariavelmente a doença, mas esta ocorre quando ele encontra uma determinada disposição psíquica, que poderia ser o fato de o paciente atri­buir inconscientemente um significado específico ao choque.''

C. G. JUNG
Psicologia do Inconsciente


"Amor", como se sabe, é um conceito vastíssimo, que pode alcançar céus e infernos.

C. G. JUNG
Psicologia do Inconsciente


Essa é uma apagada, mal lembrada
Como muitas que escrevi,
Não pensei mais em nada, mas fiz coisas erradas com ninguém
Não satisfiz nem meu anjo
Nem o sonho mais bonito que seguia minha sombra
Eu plantei em versos feios, aleatórios com defeitos, sempre foram meus
Mil vidas que passaram, nunca controlei
O que era toda força, recebi, faltei
O final que deixa chama
Vem em mim, sou você
Uma vez eu quis saber,
E tive por ser em outrora, alguém que quer agora o que sempre quis fazer.
Esse rosto na janela, a fumaça se dispersa
Sou eu só, mais nada, o que sou

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

people are strange


Pessoas são almas egoístas,
não são pessoas,
não são o coletivo,
não são publico, nem massa,
nem esquerda, nem direita,
egocêntricas,
levadas em meio a uma grande cidade, rodeadas de gente, se isolarem, serem tristes.

   Tempo, passou muito rápido, enquanto o que estava escondido não era percebido o sentimento reverso apunhalou sem distinguir quem fui. Novos ventos virão para nós, estaremos engolindo tudo e todos.
   Nada é simples para mim, nem vai ser, prefiro assim.
   Queria que esse limite imposto não se seguisse, mas nada fiz, justo o tempo, este dirá se haverão dias ou não.
    Aquilo raro, blindado que realmente se via, agora vaga ao meu redor mais forte, não sei se alimento isso, acho que fui longe demais, sempre temi o medo, mas ando junto com ele, precisei dele pra descobrir o que realmente me faz mal, veio então a revelação do grande problema, que não é um problema em suma, mas que cresce gradativamente.  Andei contra, me privei, em partes. Apesar de tudo, não deposito tantos pontos negativos, sei que tudo correu no fluxo, não é fácil para ninguém nesses novos dias, todos são loucos, com seus defeitos, apenas não os percebi, assim como não me importei com os meus, os exteriores, o restante é uma incógnita a qual só eu chego à resposta. 
   Tempos bons, construtivos, que não foram sentidos ao extremo apenas porque não puderam ser.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012


   Corpos pintados, futuro feito, normal, o que sempre esperaram. Vamos a natureza aproveitar o resto da noite, amanhã o dia nos espera, somos alguém que seja. Esse lugar é tudo, é o mundo de nós mesmos, e mesmo que um dia nosso sarcasmo nos sufoque estaremos ativos como a maré que nunca dorme.
   Corte a lenha, faça o fogo, junte-se ao nosso grupo infeliz.

   Passos abertos, corrida no passado, dia de relembrar que o jogo foi o mais perigoso. Dentes e um meio-fio, isso bastava quando tudo era constante numa linha periódica, mas dentro de mim não tinha nada, era estranho como as coisas iriam acontecer, não sabia que um dia não veria aquilo novamente, isso aconteceu.  

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012


Os fatos não mudarão, tudo o que está sendo dito, nada. As conseqüências já estão arraigadas e andam junto com o ato, enquanto não existir consciência disso os resultados serão os mesmos, desapontamentos e insatisfações.

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Engole o espaço escuro como se não tivesse amor
É a bexiga de uma crinça que brinca de ser alguém
Pedra louca que se esconde no céu
Tímida como nunca mais  


Tenha nome de pureza
Leve apenas quem te quer
Espere por você

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012


Os faróis da cidade acenam para a multidão inocente, eles piscam, ninguém vê, como um louco que não vive, mas todos se contentam ao verem os faróis da cidade, porque, nada mais. São alegres mesmo parados, não são eles, são à eles, tudo o que enxerga na multidão dos inocentes. São todos loucos.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

   

  Uma onda que diminui sua amplitude com o tempo, “afunila-se” até que se encostam dois lados ou mais – Assim deve fazer o ser humano em busca de suas respostas pelos gostos. Ele acha que está certo, mas sua linha de pensamento condensada diretamente com seu ego-cego, tira-o todo o senso de assimilação neutra, julgando não propriamente os argumentos. Sua mente o engana, cai num jogo, cria suas próprias convicções, atribuindo-as valores inexistentes. Há uma divergência final incrível sobre o objetivo do emissor e a interpretação do receptor em todo o mundo, isso não se deve a escolaridade, vivencia ou meio, mas sim ao que está gravado dentro dos gostos de cada ser.   

A guerra esta acabando. Só houve dois momentos de trégua, o primeiro e o segundo. Foram épocas de paz e acertos, achavam todo o ouro que podiam ter no sangue da terra, agora não existe mais, tempos de guerra são diferentes, estamos diferentes, esperando o terceiro momento de trégua, para pensarmos em pensar, pensarmos em nos reconstruir e pensarmos em como voltar a guerra. Os antigos nos contavam, ela é notoriamente indispensável a nossa ética, a pausa tem que ser rápida, não podemos perder tempo. 

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Realidades e suas relações

Nascemos, recebemos o conceito distorcido e básico sobre o que é realidade, a falta de informação e interpretação do meio que interagimos traz instantaneamente a conformidade, existe apenas o que nos foi apresentado, provamos isso vendo, tocando, sentindo, etc. isso para nós é o real.
Com o começo dos questionamentos mais abstratos em relação a quem ou o que está por trás de tudo surge uma porta, um novo meio de encarar os fatos, não aceitando qualquer produto moldado entregue em nossas mãos, estereótipos incalculáveis a primeira vista. Há a troca de mundos, tudo o que antes era normal, bonito, prazeroso se torna banal, necessita-se de uma nova realidade.
A séculos o avanço na área industrial e tecnológica vem trazendo produtos rapidamente encaixados numa linha de montagem desequilibrada e prejudicial, para todos os que participam do ciclo, nós nos bastidores dessa realidade, vemos o “real” e sua sombra, nada inimaginável, uma semente escondida em nossas casas, cujo o objetivo é criar suas raízes, solidificar e se tornar uma camada espessa que tranca a visão. Nunca fizemos nosso “dever de casa”, as teorias são palavras que não saem do papel, o mundo reverso da falsa realidade emerge a cada dia, sem que influentes de mentes abertas tomem partido e tentem frear o processo, obvio, nesse meio não se torna nenhum pouco viável quebras, os desperdícios seriam monstruosas com seres pensantes. O fluxo tem como leis a distribuição “democrática”do prazer, para que todas as classes possam se ludibriar com seus respectivos materiais, e a criação da massa consumista, que pensa no agora. Tudo tão bem feito que não há meios de se libertar por completo dessa nova realidade. É como crer em algo durante anos, dormir, abrir os olhos e se deparar com o vazio, ver que tudo aquilo que existia não estivesse mais ali. Experiências demonstram que a média vem diminuindo em relação aos que crêem e principalmente, sentem essa presença múltipla de realidades que vem englobando cada vez mais os que se dizem invulneráveis. Mentes revolucionárias se criam em junto a toda essa hipocrisia, são pequenas, incríveis, mas em pequena proporção, não conseguem ofuscar o brilho dos grandes astros políticos e econômicos que regem o sistema podre. Para que não fique descaradamente prejudicial, é oferecido prazeres a curto prazo, persuasivos meios de entreter; ou longo prazo, mas esses tem um preço caro,  exigindo quantidade de energias superiores para se atingir o objetivo, são cartas marcadas, forças atrás de forças, uma hierarquia que foge da compreensão popular.
Justamente no ápice dessa hierarquia se encontram os que brigam pela manutenção da falsa realidade, estes possuem gostos e influencias de uma realidade própria, logo pode se ter 3 realidades:
- Realidade verdadeira, dificilmente alcançável, que está a espera do entendimento e enquadramento das massas;
- Realidade falsa, onde a grande maioria se está, onde se encontram meios infinitos de alienação;
Realidade influente, que dita e controla a movimentação entre as duas anteriores, acelerando ou retardando o tempo, para que não ocorram falhas.
 Essas realidades em níveis extremos adquirem caráter sobrenatural, ou se aproximam dele, são fortes personalidades que ou serão relevantes ou não serão nada, as duas primeiras se encostam, possuem relações interpessoais de aceitação e conformismo, se exaltando a medida que se aproxima do segundo nível, porem poucos são os designados à realidade influente, poucos se sacrificam para conseguir, ou são qualificados o suficiente para entrar no padrão.
São ligações por partes inversas que lutam por sua ideologia primitiva respectivamente. A saída da inércia acarreta sempre na quebra do real, ocasionando admiração por bens, seja este material ou abstrato. O tempo como citado, não é o mesmo nessas “dimensões” de estados, são relativos dentro de suas atividades internas, destacam-se as contrárias convicções e crenças, são inúmeros motivos sociais e históricos que geram divergências em ideologia, caráter e religião. A realidade falsa necessita de um apoio maior para que possa depositar suas inseguranças, ela é frágil e exposta a opiniões, não necessariamente falsas. O ponto principal é que pela falta de discernimento, idéias pobres e não bem formuladas são facilmente absorvidas nesta, pois não há verdadeiramente o senso de analises complexas.
        Ambas as realidades são tão inconstantes quanto o tempo, mas se diferem em serem mutáveis, ‘’adaptáveis’’, de acordo com a evolução dos gostos e desejos envolvidos, juntamente com a dependência das outras, enquanto o tempo, sólido, corre numa velocidade relativa, possivelmente controlável, mas imutável em suas leis principais. Os dois desempenham papeis paralelos, porem se ligam e se relacionam em partes, unem-se através da existência integral e tornam-se proporcionais em seus valores.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012


Todos ficaram horrorizados diante da primeira peça do recém formado dramaturgo, ninguém esperava que ela fosse tão radical e corrosiva, esperavam uma espécie de humor sem senso, algo parecido com a linha de vida do próprio. 

          Arrume seus papéis velhos,
jogue no lixo seu peito vazio,
consuma todo o ar que eu respiro,
guarde seu dinheiro no espelho,
seja um perfeito ser invisível,
seja visível aos meus olhos, apenas,
não abra os olhos.

Não estão preparados para relevar os problemas dos outros, lobos que ao perceberem uma ‘’brecha’’ injetavam seus próprios venenos de caráter, prazeres e egoísmo, se ridicularizam ao afirmar que o entendimento preenche suas roupas e cobre sua pele.
Correr em busca de ações passadas mostra o extremo desespero que essas pessoas alimentam, a insegurança é justificativa fácil para seus atos. Reverter a situação pode não ser a melhor opção se for analisado a quem se tenta iludir através de jogos psicológicos, pode se tornar uma armadilha para o falso sábio, enquanto num padrão mais geral, nem se encaixaria. Poucos entram em linha de fogo, este grupo é ainda menor. Poucos colocarão jovens palavras enclausuradas em suas mentes sem que aquilo não tenha um objetivo muito maior, o prazer. Como uma cobra que persegue o próprio rabo, o ciclo recomeça sendo dois lados vazios que se enchem busca do próprio ego.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012


Eles correm, as folhas caem
Continuam, não percebem
São felizes e não pensam
Não se vestem, não precisam
São verdadeiros, é comum
São simples, são crianças.

A trindade (poema) - Eduardo Gudin, Marcia e Paulo Cesar Pinheiro – O Importante é que a nossa emoção sobreviva II


 Eu queria me olhar nos olhos simples e duro, sem que me tivesse que olhar em espelhos, como se olhasse normalmente nos olhos de outra pessoa, porque eu sou a única outra pessoa que não pode me olhar nos olhos, como se olhasse uma pedra como metal, mas que pode olhar uma pedra como metal, e se isso não lhe parecesse bastante anormal a minha única outra pessoa poderia me olhar nos olhos se olhasse uma pedra como metal, eu queria me dizer coisas simples e duro, sem que me tivesse que falar em voz alta, como se falasse normalmente pra outra pessoa, porque eu sou a única outra pessoa que nada pode escutar de mim, como se escutasse a mim ou a Deus, mas que pode escutar a mim ou a Deus, e se isso não lhe soasse bastante transcendental a minha única outra pessoa poderia me escutar se escutasse em mim a mim ou a Deus e assim sucessiva, me ouvindo e olhando a minha única outra pessoa seria a minha única única pessoa .

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

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Tentando eu encontrar uma forma menos fastidiosa de encarar o peso dos dias me guardei em mim, traçando um paralelo fundamentado em teorias muitas vezes não aplicadas. Criei um elo cego que une o abstrato com o sociável, basicamente o reflexo inverso sendo jogado pra onde veio.

desencadeamento

Pode-se quebrar a realidade através da privação de direitos incontestáveis do ser humano, movimento forçado e conformista que age criando uma sombra ou fantasma que irá substituir a existência de um espírito não desenvolvido por completo, a realidade física continua em seu ritmo pouco afetado, enquanto o espírito se ajusta as normas de tempo e necessidade, enclausurando porcentagens altas de desejos, um atrito com algo que não existe, o material brota instantaneamente, valores se agrupam, organizam-se de forma contraditória, essa quebra pode trazer danos irreversíveis já que haverá dissipação de inúmeros bens sedimentados, algo que sempre ficara no escuro da mente, emanando energia. (fator gerador da criminalidade, entre outros problemas sociais.

no que pensei


Uma imagem que se apóia em sua maioria no externo, jogando diretamente com as idealizações feitas por outros, deve saber lidar melhor que todos com a renovação de informações absorvidas pela vivencia de inúmeras realidades, ou experiência pessoal de palavras, atos.
Coisas se tornam praticas na cabeça de alguém que decide firmar sua identidade pessoal ou criativa, numa “imagem publica”, fugindo obviamente dos clichês gerais, mas se enquadrando perfeitamente no clichê artístico, literário, etc. ‘’pseudo-mundos’’ que englobam todas as camadas, valorizando-as obviamente.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

dia


Há fadiga, a chuva pode levar a energia consigo, lavar realmente o que não se vê, já que nada se vê, não existe problemas em compartilhar toda a hipocrisia com a terra, que tenta agüentar todas as vontades que pesam sobre, ela não é só mais uma, suas especificidades atormentam as mentes daqueles que se julgam sábios, mas realmente sábios foram aqueles que viajaram pelo universo alem do que não podiam ver, descobrindo o nada e nada. Limitados são os que se usam do material para expandir aquilo que consideram como essencial.

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Escolher o que me faz bem,
basicamente
superficial
egoísta
isso

sábado, 28 de janeiro de 2012

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Diante de todos, Édipo retirou uma presilha do vestido de Jocasta, que estava morta dependurada em um lençol, e, num ato doloroso e terrível, vazou seus olhos!
      O que significa este ato de furar os próprios olhos? Podemos interpretar que, com este ato corajoso, Édipo descobriu e aceitou sua própria identidade, ele que permanecera cego para si mesmo durante toda a sua vida.




trecho de: O Nascimento da ética no Ocidente, capítulo 1

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

interpessoal


As coisas são mais fáceis de acontecer envolvendo as possibilidades, sem contar os otimismos premeditados que rodeiam os fatos, é uma balança que pesa para o lado do possível, do imaginável, questionável, favorável. Conseqüência se torna a construção desencadeada a partir de um gosto, são palavras, modos de se portar que se encaixaram nos padrões que movem a vida receptiva em questão, nada complexo, ao contrario disso, envolve simplesmente crença, engloba o meio vivido e a reciprocidade, a análise previa do subconsciente vai obviamente buscar aquilo que sempre foi idealizado, se isso existe, de um modo vai existir também as chances de sucesso, há então um fechamento de portas para tudo aquilo que se diz contrario ao ser influente, forte e gradativo, com acontecimentos que não condizem a razão, essa área não mais importa, está resolvida, mesmo que por tempo indeterminado.
Em se tratando ao que foi ditado ao consciente de atitudes, existe muito valor em cada ato presenciado, as mudanças podem sim acontecer sem danos a nenhum lado, desde que seja feita de forma lenta e persuasiva, com distanciamento e substituição de deveres de ambos, criação de conceitos não impostos, mas percebidos com sutis modos, uma nova visão sobre o que envolve a vida, gerando aceitação inevitável, ou isso ou a relação se torna desgastada, exaustiva, isso não é o resultado que espera alguém que se deixou levar nesses gostos. Claro que tudo isso considerando uma relação natural, onde o controle de personalidades nunca foi extremista ao ponto de haver um convívio distante ou de compatibilidade desequilibrada.
           São vidas paralelas que correm risco de nunca se cruzar, se por um dia algo tomam forma, emergem dentro de um impulso não é por acaso, mas esse acaso não necessariamente pode resultar num direcionamento total

nada mais seria


Se fores embora com a despedida, nada mais seria, não amanheceu
Se um rápido olhar curasse a ferida, nada mais seria, tudo o que doeu
Se um pecador questionasse a vida, nada mais seria, um ser se perdeu
Se não existisse uma flor preferida, nada mais seria, algo que morreu
Se ficasse inerte em uma avenida, nada mais seria, o tempo esqueceu
Se alguém sentisse dor mais doída, nada mais seria, ainda não nasceu
Se em algum dia sentiu-se iludida, nada mais seria, nada permaneceu
Se ficar aqui fosse coisa prometida, nada mais seria, quem desapareceu
Se pensasse até que não há saída, nada mais seria, nunca que sofreu
Se eu percebesse tal coisa querida, nada mais seria, muito aconteceu

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

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Filhos e crianças, pessoas normais, pessoas felizes.
Será que ninguém pensa em ser bonito ou morrer vazio?
Isso é forte, sem senso.
Não existe um pedaço escondido em meio a tantas pessoas.
Ninguém vê o corpo ali perdido.