quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A trindade (poema) - Eduardo Gudin, Marcia e Paulo Cesar Pinheiro – O Importante é que a nossa emoção sobreviva II


 Eu queria me olhar nos olhos simples e duro, sem que me tivesse que olhar em espelhos, como se olhasse normalmente nos olhos de outra pessoa, porque eu sou a única outra pessoa que não pode me olhar nos olhos, como se olhasse uma pedra como metal, mas que pode olhar uma pedra como metal, e se isso não lhe parecesse bastante anormal a minha única outra pessoa poderia me olhar nos olhos se olhasse uma pedra como metal, eu queria me dizer coisas simples e duro, sem que me tivesse que falar em voz alta, como se falasse normalmente pra outra pessoa, porque eu sou a única outra pessoa que nada pode escutar de mim, como se escutasse a mim ou a Deus, mas que pode escutar a mim ou a Deus, e se isso não lhe soasse bastante transcendental a minha única outra pessoa poderia me escutar se escutasse em mim a mim ou a Deus e assim sucessiva, me ouvindo e olhando a minha única outra pessoa seria a minha única única pessoa .
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