sexta-feira, 27 de abril de 2012


Alimente a loucura com todo seu desencanto, mas não faça com que adoeçam e percam a calma acumulada durante anos de felicidade.
Jogue suas facas e cartas em torno do corpo que dorme em silencio, perdido numa imensidão de pensamentos, respirando fumaça e bebendo juventude.
 Depois de tudo,
do peso dos anos, dos fios brancos,
das árvores velhas,
morrerá realmente aquele que não olhou para trás,
o que preferiu não sentir,
nem buscou tudo o que haviam dito,
 nem voltou-se para o que o validava naturalmente.
Enfim, alem de oceanos que surgem em nossas cabeças, voar sobre o mundo e encontrar...
Desapontar-se e desapontar. Desencantar.
Nada mais que chances dentro das leis mais óbvias.
O errado jamais parecerá o certo, porém o certo fica distante de ser o certo, "que o faz bem". Sem equívocos, linhas distorcidas e hipocrisia, a felicidade intrínseca não necessita de longo prazo para ser encontrada ou de padrões de vivencia, ela está em nós. Damos as costas. Já está programado, ter e mais ter, essa é a base atual que dá alicerce a felicidade que virá. Falsas interpretações para realidades diferentes, indiscutível.  
Enganar-se ao estar bem com o mínimo de abstração e ainda arraigar a miséria colocando um valor inexistente a ela.
 Foi nos passado através de ondas invisíveis que o diferente é o resultado de certas alterações, independentes das quais... Estereótipos. Centrais que possuem informações, mas que não fazem a mínima questão de que outros saibam ou ao menos indaguem.
Logo, conformismo, prisão dos desejos inconscientes, vidas incontroláveis e extremistas.
Isso é apenas o começo.

segunda-feira, 23 de abril de 2012


Substituir o gosto da cor sem poder ver o gesto
Envolver por cordas e prender pela falta de afeto
Sentir aquela velha insegurança, contar dias em vão
E o desejo que ia alem, hoje resta. Passou
Ele já tem. Já foi o que se pediu, tanto que virou vazio
Impulso para ler e acreditar, fazer e transformar
O futuro tem de filho o errado, confuso, desesperado
Sem saber se é de quem, do que.
Empecilhos atuais são incrivelmente menores que os antigos,  porém ainda carrego um medo pressuposto em minhas atitudes. Minhas idéias não são capazes de passar o certo, mesmo sendo sinceras, elas deixam lacunas dentro do meu próprio ponto de vista.

Então chega mais uma vez, forte, uma pedra louca pulando e sendo feliz dentro das possibilidades. Eu que já fui deixado de lado, agora me encontro cara a cara com olhos diferentes, são vários e incomuns, melhores, mas nem isso me tira da inércia confusa, tudo deixa de existir por pouco tempo e dão espaço para mim, minhas tempestades com porcentagem de lucidez cautelosa. 

segunda-feira, 9 de abril de 2012


     Inevitavelmente fico confuso com a rapidez dos fatos, cubro-me de atitudes para não absorver tudo que cerca o peito da vida. Tudo questão de sorte, ou talvez quase isso, não estamos preparados para o dia que surge, nem mesmo para o que ele acumula em seus desejos e acontecimentos. A qualquer hora o nada pode acontecer, o nada nos rodeia. Interiormente o infinito comanda cada gesto, logo, temos e não temos amor, preocupações se firmam no vazio e o fogo ainda aceso leva planos de uma data que estaria por vir. Até o justo é relativo e distorcido, a culpa... obviamente do invisível.

E nesse vou de todo jeito, sorriso, defeito,
de novo, com rosto coberto, sentindo o inverso do que conheci,
não quero alem do que decidi,
um copo repleto de horror sem afeto,
sair do vulgar, achar-me sem ar perto de quem posso estar,
igual será o fim do que quis pra mim,
desaguar no frio de um oceano,
esbanjando espanto por algo que não cresceu,
dentro do corpo... físico é pouco,
mas quem vê assim já não precisa saber,
 sair explodir, desejar o ninguém,
ficar e morrer na indiferença das paginas em branco,
é real, mas não se parece com a bala atirada,
esquecida na festa, com roupa rasgada,
arma quebrada, amada, jamais renasceu,
quem lhe fez partir nem apareceu,
deixando esperança, tão pouco foi eu.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O Ébrio


Só nas tabernas é que encontro meu abrigo.
Cada colega de infortúnio é um grande amigo,
Que embora tenham, como eu, seus sofrimentos,
Me aconselham e aliviam o meu tormento.



O Ébrio (filme)
Vicente Celestino

Não existe amizade, puro exemplo de que foi um passado vazio, que não levaria a lugar nenhum, pois se fosse pra existir ainda existiria, não teria acabado como fogo rápido que se dizia forte, efêmero é. Que se siga indiscutivelmente o costume dos superficiais, que não se mantêm firmes em suas juras, que em momentos ébrios não sejam jogados no lixo partes importantes de um tempo bom.

     Tudo o que o ser desejou para si mesmo é seguir a carne, transcendendo o que lhe foi permitido. Nem mesmo ele sabe como está aqui, atribui obviamente a um poder envolvente do bem, como se o que desejasse ao próximo voltasse em forma de retribuição do destino, vida.
     Seus ensinamentos através de palavras não são os melhores, mas observar suas atitudes e caráter é a melhor forma de aprender, são jeitos diferentes e interessantes de interpretar. A bondade está contida em sua essência, mas os impulsos primitivos tentam cobrir uma personalidade infantil. Sutilmente transparece toda a vivencia, todos os fatos que ajudaram construir aquilo que é.
      O começo foi ótimo, como deve ser, os anos trouxeram amizades vantajosas que impulsionaram sua personalidade abstrata, talvez natural, mas que de tão ambígua e harmoniosa, torna-se uma boa combinação. O processo retrógrado em que veio se apoiar juntamente com a experiência de mundo mostrou um caminho novo, desistente. Poderia ser diferente, mas as coisas têm respostas fáceis criadas na hora, montadas, buscadas, justificativas de uma lacuna.
       É cansativo correr atrás do se possui em mãos  e não é lucrativo se jogar num caminho diferente quando se tem um passado seguro, oferecedor de prazeres. Seu molde está pronto, logo seu instinto natural o obrigará voltar para o que julga mais viável, escolhas são comuns, sempre feitas de forma errada, em sua maioria irreversíveis. Para o consciente, sempre corretas. 

quarta-feira, 4 de abril de 2012


Desça do céu dos sonhos para acordar para a nova vida,
voar sem brisa pela cidade,
ser o planeta mais próximo do sol.
Seus problemas não valem a decepção
Eu fui você,
quando voce mais queria,
Você foi eu  enquanto podia
Não me solte dos seus pensamentos nem siga na rua da miséria,
A loucura vai além dessa compreensão.
Todos adoecem por sabedoria,
Se o jogo é esse, pra que tanta farsa, escultura,
Não acaba nem começa, não estraga,