Um quarto escuro. Aos poucos tudo vai aparecendo, bem
distante posso até invejar rostos sorrindo, e da minha janela vejo memórias saindo
da terra, estas que eu mesmo enterrei.
O ciclo se renova como os olhos de uma fera, é a noite mãe do
passado vindo engolir seus filhos revoltados, desvirtuado destino, ou qualquer
outra coisa que carregue uma culpa invisível, gradual destino que fez os fatos
se encaixarem, que derrubou uma bomba em nossos humildes subconscientes onde plantávamos
várias sementes.
Tentemos agora reconstruir ao menos uma frágil estrutura que
agüente pequenas tempestades, será o suficiente para o novo ser.
Que o amanhã não deixe de ser projetado e cobiçado.
Que nossa mente esteja forte e solidificada para aplaudirmos
em pé o assassino que descobriu que tiros na alma são mais eficazes que na
carne.
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