Linda menina
de contornos sinuosos, cabelos negros, olhos fixos, sem expressão em sua
realidade, já que seu pensamento se deixou levar por uma correnteza de alguma
onda distante. Quem é ela?
Um ser que toca uma grande harpa de cordas afiadas
como navalha, não murmura nem atina, nem fita pela retina que o sangue a
escorrer não é da musica apenas, nem do som que a embriaga, mas de suas mãos
quietas e geladas. A arte passa pelo vão dos seus dedos e nem a mais fiel e cristã
pedra pode a tirar da solidão que se personifica em seu posto tão nobre e
individual, artista. Se a noite lhe devolvesse a vida, talvez pudesse
conquistar a meia felicidade, resta-lhe meia inspiração.
Que a brisa carregue-a
por completa e faça iniciar um novo ciclo da juventude angelical, exprimindo suas vans esperanças sob o passado torto, incompleto e fastidioso, segundo seus
insanos olhos, tempo.
Segue-se o compasso, nota após nota.
Segue-se o compasso, nota após nota.
Vermelho é o
chão em que pisamos e o batom que usamos.
Cala-se, observa-se.
Que seja puro
o fim, que se esqueça de como tudo começa ou recomeça em tal plano pragmático,
que se sonhe a realidade em uma musica quase perfeita.
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