quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Dream

Linda menina de contornos sinuosos, cabelos negros, olhos fixos, sem expressão em sua realidade, já que seu pensamento se deixou levar por uma correnteza de alguma onda distante. Quem é ela?


Um ser que toca uma grande harpa de cordas afiadas como navalha, não murmura nem atina, nem fita pela retina que o sangue a escorrer não é da musica apenas, nem do som que a embriaga, mas de suas mãos quietas e geladas. A arte passa pelo vão dos seus dedos e nem a mais fiel e cristã pedra pode a tirar da solidão que se personifica em seu posto tão nobre e individual, artista. Se a noite lhe devolvesse a vida, talvez pudesse conquistar a meia felicidade, resta-lhe meia inspiração. 

Que a brisa carregue-a por completa e faça iniciar um novo ciclo da juventude angelical, exprimindo suas vans esperanças sob o passado torto, incompleto e fastidioso, segundo seus insanos olhos, tempo.
Segue-se o compasso, nota após nota.

Vermelho é o chão em que pisamos e o batom que usamos. 

Cala-se, observa-se. 

Que seja puro o fim, que se esqueça de como tudo começa ou recomeça em tal plano pragmático, que se sonhe a realidade em uma musica quase perfeita. 
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