quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Dream

Linda menina de contornos sinuosos, cabelos negros, olhos fixos, sem expressão em sua realidade, já que seu pensamento se deixou levar por uma correnteza de alguma onda distante. Quem é ela?


Um ser que toca uma grande harpa de cordas afiadas como navalha, não murmura nem atina, nem fita pela retina que o sangue a escorrer não é da musica apenas, nem do som que a embriaga, mas de suas mãos quietas e geladas. A arte passa pelo vão dos seus dedos e nem a mais fiel e cristã pedra pode a tirar da solidão que se personifica em seu posto tão nobre e individual, artista. Se a noite lhe devolvesse a vida, talvez pudesse conquistar a meia felicidade, resta-lhe meia inspiração. 

Que a brisa carregue-a por completa e faça iniciar um novo ciclo da juventude angelical, exprimindo suas vans esperanças sob o passado torto, incompleto e fastidioso, segundo seus insanos olhos, tempo.
Segue-se o compasso, nota após nota.

Vermelho é o chão em que pisamos e o batom que usamos. 

Cala-se, observa-se. 

Que seja puro o fim, que se esqueça de como tudo começa ou recomeça em tal plano pragmático, que se sonhe a realidade em uma musica quase perfeita. 

quarta-feira, 26 de março de 2014

A tempestade novamente converge para o grande espelho.
Vidro quebradiço.

Sua oficina, suas máquinas, voltaram a trabalhar intensamente, mas, tudo é silencio.
Resta a gravidade para mostrar que somos vivos por fora.
Resta o tempo para mostrar que nossos dentes amarelados ainda suportam palavras.

Estamos de costas para o suficiente.
Encaramos nós na garganta.
Ainda não desintoxicamos nosso consciente dos conceitos desgastantes.

O passado é presente em histórias de tempos onde tudo ainda aconteceria, nas formas inconstantes dos ventos que sopram exagero.

Foi presente, deve ser.
Guerra de quem escreve
Quem se descreve
Noutro quadro que não seja
Este na velha parede
A loucura acena para quem é
Desmente-se de quem foi
A cutícula se desprende
São cartas de um sonho efêmero
Que não deixam os dias escorrerem pelos olhos
A sala está marcada muito antes de existir
Escurece o vermelho
Corpos se misturam por anos de indiferença


Dance logo antes que se destile o que resta de sua alma.'