quarta-feira, 30 de maio de 2012


Loucura vai além dessa compreensão.
todos adoecem por sabedoria, gostos, raízes.
se o jogo é esse, pra que tanta farsa, escultura, máscara,
não acaba nem começa, não estraga!.
Desça do céu dos sonhos para acordar para a nova vida,
voar sem brisa pela cidade,
ser o planeta mais próximo do sol.

Seus problemas não valem a decepção.

Cantarolando pedidos alheios, 
escutando o único peito, 
podemos ir mais longe, 
mesmo não absorvendo velhas coisas, 
colocando-as em primeiro plano, 
não precisamos nos apoiar naquilo que acabara de nascer.

Perigoso é o amor, roubado por dias
Levado até o fim nas marcas do tempo
Como num sopro do ciclo pendente
Acaba e começa tão de repente
Deixando aflito e perdido, o peito, a mente
Perigoso é o amor, guardado por anos
Que carrega gestos e gostos,
Mesmo de longe mostrando o rosto
Daquele que escolheu por mais do que tudo
Criar outro mundo que não fosse só seu.


Nesse frio de janeiro as luas passam como faróis,
refletindo a dor, seguindo a vida nesse lugar
que existe fora do que temos,
de todos irão saber a alma e a sagacidade dessa cidade deserta,
arvores, cobrem-se de folhas verdes e amarelas.

Ela está chegando.

Chegara mesmo com luzes apagadas,
esvaziando a mão escamada sem valor,

Não tendo anos, como sobreviverá o artista, escultor, dançarino?

Venha nos buscar com o vento, sem cabeça ou alento,
acabe com a espera de um aglomerado que avança para o abismo da loucura,
numa doença sem cura, nascer no calor eterno.

Fosse isso um norte... mas o guerreiro é forte
cidadão sem cidade, morador sem oração,
pobre de coração grande, astro.


Vejo de tão longe
O hipnotizante céu da rua
Fria, dura com seu anel emprestado
Gotejando lagrimas
Sob cílios dourados
Maquinas de barulho que vão e voltam na periferia harmônica,
Horrível conjunto de matéria e além 


Não procure o "por que" das coisas, seja feliz sem ele, pois o próprio "por que" é triste, nunca quis viver e nem sabe o por que.

quarta-feira, 16 de maio de 2012


Venha sobre as ondas desse rio,
venha e não venha,
não espero com calma,
nem desejo de toda alma,
que por delírios enxergue junto,
campos espaçosos.
Que  minhas visões,
tornem-se o que admiro em minha frente,
terminar o que comecei sem me acabar antes,
ter o tempo necessário para ir alem.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

períodos


Descontrola-se o inevitável, que é capaz de guiar todos os organismos existentes. 

O inverno passa pelas mãos e o frio se torna mais rígido a cada ano.

Quintais brancos onde enterraram anos de idéias incríveis. 

Ninguém consegue acreditar em seus argumentos falhos e sem fundamentos, contradiz-se, mas encontra ao fim grande parte de suas suposições. 
    Ter tudo e crer no contrario, livros jogados, historias que poderiam se repetir. As coisas não estão certas, significados em seus primórdios não me desmentem. O silencio vira uma musica linda que encaixa perfeitamente no que não quero pensar. São coisas antigas, não literais, almas que vagam, são comuns onde existe vazio, e é isso que existe. Ele engole o mundo, trás novas teorias, em poucas horas escorre entre os lábios, faz-se chover para sempre. Gotas de vazio. 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Trecho do poema Eu Voltarei (Cora Coralina)


Eu voltarei…
A pedra do meu túmulo
será enfeitada de espigas de trigo
e cereais quebrados
minha oferta póstuma às formigas
que têm suas casinhas subterra
e aos pássaros cantores
que têm seus ninhos nas altas e floridas
frondes.
Eu voltarei…
(Cora Coralina)

terça-feira, 1 de maio de 2012


Superproteção sufoca, gera mundo próprio onde são depositados tudo aquilo que não se vivencia, máscaras de um egoísmo externo. Brincar com o perigo, desejá-lo, elementar e característico a quem é privado de sua personalidade, reprimido e talvez castigado por tal. 

Andarilha sem rumo, família e vida
Esquenta o frio como seu filho
Com seu vestido de folhas caídas
Vaga sozinha, veneno esquecido

Estimava ter orgulho nos lábios
Sustentou-o até onde pode
Imaginava que um dia seria
A solidão da avenida vazia

Apóia-se no céu, já que a terra secou
Figuras mudam, tudo se encaixa
Num ritmo certo que não representa
Seu corpo resiste a uma alma que voa