sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Comunicar o quê? Ninguém tem nada a dizer. Olho as opiniões, as discussões “on line” e só vejo besteira, frases de 140 caracteres para nada dizer. Vivemos a grande invasão dos lugares-comuns, dos uivos de medíocres ecoando asnices para ocultar sua solidão deprimente.
O que espanta é a velocidade da luz para a lentidão dos pensamentos, uma movimentação “em rede” para raciocínios lineares. A boa e velha burrice continua intocada, agora disfarçada pelo charme da rapidez. Antigamente, os burros eram humildes; se esgueiravam pelos cantos, ouvindo, amargurados, os inteligentes deitando falação. Agora não; é a revolução dos idiotas “on line”.


 (Arnaldo Jabor)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

PLano de existência 1

Na carne, na dor
no prato, o remédio
nas ruas do tédio,
onde nasce o amor

No suor da flor,
o odor da saudade,
na pétala suave,
o melhor da cor.

Desabafo de amigo,
sorriso infantil,
o que importa no agora,
o veneno, o perigo.

Onde está o hino, o sino,
as mãos, joelhos,
o credo, os olhos alheios,
onde está o antigo menino.

Resultado da soma,
das palavras, dos gostos,
consequências, desgostos,
desigualdade, opostos.


O que tem no vazio,
no peito na mente,
esperança, lamento,
o que nunca existiu.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Memórias de um Eremita


Vitima de uma passado vivo,
cansado das suas próprias ilusões,
querido por muitos , amado por poucos,
muitos lugares, poucos sentidos,
em sua pobreza sentimental,
agora em uma caverna onde não existem miragens,
buscando a compreensão as suas flores e plantas,
seus novos melhores amigos,
solidão fraterna,
poucas coisas importam, coisas grandes,
coisas que o tempo dará conta,
presidente de sua nova sociedade,
dono de tudo, dono do mundo,
exposto a beleza do natural,
natureza neutra e moldável,
linda e amiga, natureza assassina,
um olho, um desejo,
planos, morte,
estático e instável,
mais um pedaço na forma do chão,
o alimento dos seus novos amigos,
dispersão de sentimentos,
energia do fim.

COver MGMT, kids, sahdgashduash

O mar e suas atividades externas

cadê a vida em toda esta luz,
onde o mar leva tudo o que ele lava,
onde estão os exaustivos e insistentes,
o centro das verdades e seus ensinamentos,
onde esta agua toda leva os sentimentos alheios,
toda  a energia gerada.
Todas as mentiras foram jogadas em uma profundidade tão grande,
que nem mesmo os mais certos conseguem revela-las,
tudo está em um nível tão alto,
muito é feito para que as coisas não sejam perdidas,
tudo segue de forma falsa e sanguínea,
isso está escondido embaixo das ondas,
onde ninguém consegue alcançar.

Limites no alto de um prédio
A respiração começa, tudo para,
Já num tempo do apagado,
da frustração do medo, do nada
a insegurança do futuro, mais próxima do que o ar,
as coisas, as pessoas,
um segundo e ja passou,
no jogo do subconciente ,
na conquista de uma mente,
o agora fica agoniado,
com medo,
naquilo que era pra ser uma coisa que não foi,
num instante certamente errado,
o passado,
não existiu nem resistiu as armadilhas do tempo,
tudo volta, tudo vai para o sem fim,
para esperar a hora certa,
do amanha que nunca chega,
no vento do verão, folhas no chão,
nada normal,
o vazio, a falta dos números,
estradas que insistem em em levar a um único ponto,
uma mentira, um conto,
esperar, ver, crer, projetar,
enquanto o certo se distancia cada vez mais do centro do labirinto,
dos gostos, dos rostos,
pessoas que se vão para o nunca,
sem pensar em nada,
na existência,
na ideologia particular, apenas uma viajem,
sempre mais, querendo a transparência dos olhos amigos,
a amizade dos inimigos,
o pedido da morte luta contra a sorte,
o buraco, o escuro,
a volta do caminho, o mar do destino,
datas e mais datas de uma incessante confusão, tempestade,
coisas geradas a partir de uma vontade, uma paixão,
mudanças capazes de transformar tudo toda hora,
o início de uma mudança infinita,
um momento de diálogo para o além,
fim dos desejos dos homens, fim das atitudes,
se acaba a ganância, o material se desfaz,
para das espaço a leveza da dúvida,
resolução dos problemas inexistentes,
sem motivo, sem ordem,
sentido desordem,